quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DIABOSE NAS IGREJAS 1

DIABOSE E DINHEIRO- 1


A cegueira espiritual corre pelos círculos religiosos no Brasil. Nunca vi tantos textos da Bíblia sendo distorcidos e mal interpretados nos púlpitos, nas igrejas, no rádio e na TV. O povo evangélico que não examina as Escrituras, perde Jesus de vista, pois seus esforços serão egoístas e interesseiros. Fiquei abismado quando vi pastores exorcizando e expulsando demônios de quem realmente não tinha demônio numa igreja dentro de um presídio. Vi uma pobre mulher sendo exposta ao ridículo sendo puxada pelos cabelos como uma marionete pelo pastor, que parecia ser um mais um ator da fé e um explorador da fé do que um servo do Senhor. A mulher foi entrevistada na cessão e dizia ela que era o diabo. Falava com uma voz rouca e tremia muito, simulando uma suposta possessão demoníaca. Ele falou e perguntou qual o nome dela e ela disse: “meu nome é Zé Pilintra”. Depois dois rapazes diziam que estavam com Diabo e o nome dele era -"tranca rua” e o outro era “pomba gira”. A seção de culto teatral foi mais Diabose do que Palavra de Deus. A ênfase foi mais na capacidade de “repreensão” e "gritos do pastor" do que da maneira como Jesus realizava no primeiro século. Parecia ser uma sessão espírita, mas realmente era um verdadeiro teatro. Era uma pura manipulação pela capacidade de persuasão do pastor que tinha o controle daqueles pessoas e que atribuíam a ação do Diabo nelas. De tanto dar ênfase ao Diabo pela boca do pastor as pessoas eram condicionadas a reproduzirem comportamentos esquisitos, que tinham influência do meio que os condicionavam, devido aos comando de controle da fala do pastor que muito influenciava os supostos "endiabados". Oridículo era que para expulsar o suposto Diabo, precisava-se fazer um grande Show da Fé no palco e cenário religioso onde o suposto Diado iria ser entrevistrado. O Diabo da Mulher acima, foi expulso uma três vezes e não saiu, mostrando a fraqueza do próprio pastor, não aguentei e comecei a ri e perceber que aquilo semelhante aos ocorridos em seções do baixo espiritismo.Se fosse Jesus ou os apóstolos, Jesus com uma só palavra bastava. Que pena que pastores perdem tempo colocando o homem como o centro do culto. As glórias, as honras e exaltação não são para Cristo e sim somente para o "cara" ou o "suposto" e endiabado.Fazendo uma análise dos supostos “diabos”, não era nada de Diabo, era puramente uma Diabose da neura puramente evangélica. Estes diabinhos,diabões,ou como diria o mestre Houaiss np seu Dicionário:“diabada”. Nunca vi tanta criatividade e facilidade para se criarem nomes de Diabos. Acredito que nem Jesus e nem os apóstolos ficaram tão preocupados com as nomeclaturas ou classificações do diabo para mostrar o poder de Deus. Estas diaboses são tipicamente brasileiras, vindo do nosso regionalismo fruto de uma sociedade decadente, onde as famílias enfrentam grandes conflitos e traumas emocionais, que se refugiam no alcoolismo, nas drogas e param nas igrejas que enfatizam a Diabose.Eles estão feridas pelas próprias mazelas da própria sociedade que as excluem. Lá, estas pessoas encontram suas carências e frustações que o lar não supriu e caem nas mãos dos falsos mestres. O mais absurdo foi em culto pentecostal onde o pastor estava enfatizando que tínhamos que dar “todo dinheiro” para obra de Deus e então uma mulher que dizia ter o Diabo falou no culto com uma voz rouca nestas palavras:"Eu sou o “capiroto” e aquele que não der o dízimo para igreja fazer a Catedral irá encontrar-se comigo no inferno”. O pastor gostou e elogiou aquele diabinho, que recebeu um outro nome de “capiroto”, que desta vez teve aplausos quando falou do dinheiro. Já imaginou o diabo sendo aplaudido na igreja? Que pena que algumas igrejas estão cheias de Diabose. Recordo uma ilustração com dois jovens de duas igrejas que diziam que expulsavam demônios. O primeiro disse: “A minha igreja tem o poder de Deus , porque os Diabos e demônios quando entram, gritam e saem correndo.”O segundo jovem disse: “Então na minha igreja também tem o poder de Deus, porque os demônios não entram e nem gritam porque não damos ênfase no Diabo e sim na Palavra.” Então pensei : Que dizer das igrejas que não dão ênfase na Diabose? Deus não tem poder nelas? Ou o poder de Deus somente está restrito ao exorcismo e a ênfase em curas físicas?Qual deve ser a motivação do cristão é somente na cura, nas ´possessões demoníacas? Jesus uma vez criticou multidão e judeus materialistas e egoistas quando disse: "... vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes" Jo. 6:26. Qual realmente são as motivações das pessoas? Será que é comida? Quando recebem se fartam, depois da crise, culpam Deus ou até a igreja? Ou será que estamos buscando curas físicas para nos fartarmos? Ou preocupados demais com o demônio e esquecendo de uma vida de santidade. Nunca vi estas líderes buscando a cura do caráter e incentivando as pessoas para serem como Jesus.

Por favor, abandone a religião humana e siga simplesmente Jesus e veja que no ministério de Jesus e dos apóstolos não havia Show da Fé, nem manipulação de pessoas. Na maioria de suas curas e expulsões de demônios não precisou de show, testemunhos e aplausos. A religião humana ama os aplausos e a glória dos homens. Jesus amava uma vida de anonimato, saia dos holofotes e vivia uma vida centralizada no poder da Palavra, quando as pessoas queriam promovê-lo, ele dizia "não conte isso pra ninguém". Jesus aprendeu a esperar a hora do Pai ser glorificado e sempre dizia: "ainda não é chegada a minha hora". Que pena que a hora, o dia e até o palco e o cenário virou um show da fé que glorificam missionários, pastores, apóstolos, etc, ao invés de darem glória a Deus. Ao invés de dar ênfase no homem, porque não dão ênfase em Deus? Ao invés de dar ênfase na Diabose, porque não dão ênfase no culto Cristocêntrico onde ele deverá ser somente o centro das atenções quando nós saimos da cena e Ele domina verdadeiramente o palco do nosso coração!

Petrônio Barros

terça-feira, 27 de outubro de 2009